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Publicado: Terça, 11 de Junho de 2013, 15h54 | Última atualização em Terça, 11 de Junho de 2013, 16h16

Turma do Programa Mulheres Mil no Campus Almenara

Ediléia Félix dos Santos, 42 anos, moradora de Almenara. Maria José Quintal dos Santos, 41 anos, residente em Arinos. O que elas têm em comum além do fato de serem mulheres, mães, esposas? O desejo de buscar uma vida melhor por meio da educação.

Aliás, é isso que elas têm em comum não só entre si, mas com todas as mulheres que já se matricularam nos cursos oferecidos pelo IFNMG por meio do Programa Mulheres Mil, desde 2011.

Desenvolvido nas instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, o Mulheres Mil é voltado a comunidades de alta vulnerabilidade social e estruturado em três eixos: educação, cidadania e desenvolvimento sustentável. Nos institutos federais, as alunas recebem qualificação profissional para que possam melhorar a sua qualidade de vida, de suas famílias e de suas comunidades. Os projetos implantados em cada instituição são definidos de acordo com as necessidades da comunidade e segundo a vocação econômica regional.

O objetivo dos cursos, segundo o gestor institucional do Mulheres Mil no IFNMG, professor Kleber Carvalho dos Santos, não é mudar o que essas mulheres já fazem, as atividades a que elas costumam dedicar-se em determinada comunidade, mas investir no que elas já fazem, para aprimorar a forma de fazer. "Nosso objetivo é juntar os saberes: o técnico-acadêmico [do Instituto] com o popular [das alunas do Programa]", explica Kleber.  

No IFNMG, já foram concluídos os cursos de Artesanato, Cuidador de idoso e infantil, Fabricação de produtos de limpeza e Hortifruti, no Campus Almenara; Diarista doméstica e Base de turismo rural, no Campus Arinos; Bordado, Ponto cuz e crochê, Cuidador infantil, Pintura aquarelada, Pintura em cerâmica e vidro, no Campus Araçuaí; Costureiro, no Campus Pirapora; e Curso básico de manipulação de alimentos, no Campus Salinas. No total, 434 mulheres matricularam-se nessas turmas.

Alguns desses campi já iniciam ou se preparam para iniciar novas experiências, com oferta de novos cursos e turmas. Segundo o professor Kléber, os Campi Januária e Montes Claros também decidiram entrar no processo e os primeiros cursos devem ter início ainda este ano. "Tivemos experiências, agora queremos tornar o projeto permanente", avalia. Ele acrescenta que, com a recente decisão do governo federal de ligar o Mulheres Mil ao Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), a oferta de cursos também ficará favorecida, tanto em termos quantitativos quanto em relação à variedade de cursos.

Empoderamento

A construção integrada do saber a que o professor Kleber se refere, conciliando o que as alunas já trazem da prática e a contribuição da escola para aprimorar esse fazer, tem, em última instância, o objetivo de aumentar a empregabilidade das mulheres e/ou sua capacidade de empreender. A dona de casa Ediléia dos Santos está desempregada e busca no curso de Cuidador de idoso e de criança facilitar sua entrada no mercado de trabalho. "Espero que o curso possa me ensinar muitas coisas e que mude minha vida", aposta Ediléia.

Ediléia: expectativa de entrar para o mercado de trabalho

Empregabilidade e capacidade empreendedora podem ser mesmo duas variáveis determinantes para mudar a vida dessas mulheres, muitas delas responsáveis pela fonte principal da renda familiar. No caso das 434 mulheres que se matricularam nos cursos já concluídos no IFNMG, 40,32% encaixavam-se nessa condição. Outros dados significativos dizem respeito à renda mensal dessas mulheres: 7,83% não tinham rendimentos e 44,16% recebiam de meio a um salário mínimo.

O empoderamento das mulheres pretendido pelo Programa Mulheres Mil, contudo, vai além da boa inserção no mundo do trabalho. Por isso, em todos os cursos, as alunas aprendem, por exemplo, sobre seus direitos e deveres e sobre como prevenir doenças. “Empoderar-se também significa ter a coragem de acessar os seus direitos, descobrir as possibilidades do mundo 'novo' das tecnologias, principalmente da informação, descobrir o poder da prevenção na saúde, conquistar a auto-estima”, acrescenta o professor Kleber.

Permanência

Entre o acesso dessas mulheres aos bancos escolares, como alunas regulares dos institutos federais, e o êxito delas na vida profissional e pessoal, o Programa esbarra numa questão delicada: garantir a permanência das mulheres até o final do curso, mesmo que as condições sejam adversas. E os obstáculos podem ser de várias naturezas, como o entendimento e aceitação por parte da família, os afazeres domésticos, os compromissos de trabalho e as dificuldade de deslocamento.

No caso de Maria José dos Santos, no entanto, nem o trabalho, no ramo de confecções, nem os compromissos familiares – ela vive uma união estável, tem dois filhos e duas enteadas – dificultaram a participação nas atividades do curso de Diarista. Foram necessários apenas alguns ajustes de horários. Já para Ediléia dos Santos, a dificuldade, no início, era deixar a neta sozinha em cada para ir à escola. Problema resolvido depois que ela passou a levar a menina para a sala de aula.

“Há um compromisso de garantir a permanência delas, de acordo com a metodologia do Programa. Isso implica flexibilidade de horários, métodos e conteúdos e também ajuda de custo”, garante o gestor institucional do Mulheres Mil no IFNMG. Segundo ele, há também o empenho para que elas participem presencialmente da vida de seus campi, como qualquer outro aluno regular.

Mesmo com toda essa preocupação, algumas alunas não conseguem levar o curso até o final. Entre as turmas que já concluíram os cursos nos cinco campi do IFNMG, o índice médio de evasão ficou em 22,6%.  

O Programa

O Programa Mulheres Mil faz parte das ações do programa Brasil Sem Miséria, articulado com a meta de erradicação da pobreza extrema, estabelecida pelo governo federal. Ele foi instituído pela Portaria do MEC nº 1.015, do dia 21 julho de 2011.

Implantado inicialmente como projeto-piloto em 13 estados das regiões Norte e Nordeste do país, por meio de uma parceria do Ministério da Educação com colleges canadenses, em 2007, em sua primeira fase, o programa beneficiou cerca de 1,2 mil mulheres, com cursos profissionalizantes em áreas como turismo e hospitalidade, gastronomia, artesanato, confecção e processamento de alimentos.

Com novas chamadas públicas, outras instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica aderiram ao Programa e o Ministério da Educação lançou uma nova meta: beneficiar 100 mil mulheres até 2014. E o IFNMG segue dando sua contribuição para o alcance dessa meta.

Colaboração: Gestão local do Programa Mulheres Mil no Campus Arinos e Assessoria de Comunicação do Campus Almenara

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