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Cultura e história marcam a reinauguração do casarão histórico do Campus Araçuaí

Publicado: Terça, 06 de Fevereiro de 2024, 07h59 | Última atualização em Terça, 06 de Fevereiro de 2024, 09h43
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Há cerca de 100 anos, às margens da rodovia no final da zona urbana de Araçuaí, foi construída uma casa em estilo colonial, para ser a sede da fazenda de uma família de produtores de leite e servir como pouso de hospedagem de tropeiros, canoeiros e trabalhadores rurais que passavam por aquele importante entreposto comercial do Médio Jequitinhonha. Por décadas, o casarão da Fazenda Meio Pé da Serra foi muito utilizado, até ser doado à União por Dona Terezinha Miranda junto com toda a propriedade que recebeu de herança para a construção de algo que pudesse contribuir com a educação das pessoas de baixa renda: o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Araçuaí.

O Campus nasceu e cresceu a poucos metros dali, milhares jovens e adultos tiveram suas vidas transformadas, mas o casarão ficou sem uso e passou a se deteriorar, sem poder expressar sua história. Até que, nos últimos anos, uma conjunção de esforços, parcerias, sonhos e muito trabalho permitiu um acerto de contas com a memória coletiva e com a promessa que havia sido feita à família doadora: a restauração completa do imóvel para utilização como ambiente de resgate, manutenção e propagação da memória e da cultura regional. 

Na sexta-feira, 02/02, servidores, estudantes, colaboradores e gestores do IFNMG, funcionários da empresa que atuou no restauro, autoridades locais e estaduais e, de forma especial, Dona Terezinha e seus familiares, celebraram esse reencontro em uma sessão solene permeada por manifestações culturais que começou sob a sombra de um frondoso tamboril e terminou com uma visita espontânea à casa, que contava com exposições de fotos do imóvel antes da reforma e objetos antigos e obras de arte do professor de artes do Campus, Ernani Calazans.

“Sem o reconhecimento do passado a gente não entende o presente e não consegue projetar o futuro”, destacou a reitora do IFNMG, professora Joaquina Nobre, que falou também da importância do Campus e de novos espaços como esse para fortalecer o potencial de participação e aprendizado dos jovens da região com relação ao meio ambiente, à cultura, à história e às oportunidades econômicas.

O evento

Além da reitora, dos pró-reitores, dos diretores-gerais dos campi e de servidores de diferentes unidades do IFNMG, especialmente do Campus Araçuaí, a sessão solene contou com a presença de Dona Terezinha e seus familiares, do deputado estadual Jean Freire, do prefeito municipal Tadeu Barbosa de Oliveira, de representantes da ASO Engenharia, responsável pelo reparo, e de vereadores e membros da comunidade. 

Como não podia ser diferente por se tratar de uma cidade que é referência nacional em cultura popular, o evento foi inteiramente permeado por música, poesia e dança (Confira nas fotos ao final da matéria)

O diretor-geral do Campus Araçuaí, Irã Neiva, agradeceu aos servidores, gestores, comunidade em geral e ao lindo gesto da Dona Terezinha e ressaltou que “o imóvel representa uma caminhada de lutas de muitas famílias que ali residiam e que o Campus Araçuaí tem o papel de preservar e oportunizar à comunidade escolar como um ambiente de interação, formação e tendo foco na formação cidadã”.

O casarão

Inventariado pelo Departamento de Cultura da prefeitura de Araçuaí, o imóvel é um dos últimos exemplares da arquitetura rural na área urbana da cidade e recebeu um diagnóstico completo pelo Laboratório de Restauro do IFMG - Campus Ouro Preto nos anos de 2019 e 2020. Os trabalhos do restauro foram acompanhados e encaminhados por uma comissão presidida pela professora Tatiana da Costa Sena e composta por servidores do Campus e da Reitoria e por representantes da Prefeitura de Araçuaí e de grupos culturais.

O avanço no processo de licitação e restauro do imóvel, cuja área é de 212,50 m², só foi possível mediante captação de recursos financeiros, que totalizaram R$ 678.000,00 da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) com o apoio e a intervenção da Reitoria do IFNMG, entre os anos de 2022 e 2023.

Com a restauração, vislumbra-se sediar no imóvel o Centro de Referência da Memória e Cultura do Vale do Jequitinhonha, para o fortalecer como lugar de memória e educação, e valorizar a história, as memórias apagadas e silenciadas de povos e comunidades tradicionais e os ofícios e os modos de ser e de viver no Vale do Jequitinhonha.  Será um equipamento cultural de grande importância para a cidade, que apesar de ter um rico conjunto de bens culturais, tanto de natureza material quanto imaterial, ainda carece de locais públicos para celebração e desfrute da riquíssima cultura do povo de Araçuaí.

  

Confira abaixo algumas fotos do evento:

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A mesa do evento contou com a presença (da esquerda para a direita): do prefeito municipal de Araçuaí, Tadeu Barbosa, do deputado estadual Jean Freire, da professora e presidente da comissão de restauro, Tatiana Sena, da reitora do IFNMG professora Joaquina Nobre, do diretor-geral do Campus Araçuaí, Irã Neiva, do representante da empresa ASO engenharia e da doadora do terreno Dona Terezinha Miranda.

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Reitora Joaquina acompanha Dona Terezinha em visita pelo casarão

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Dona Terezinha recebe da estudante Ana Cláudia um estandarte com fotos do casarão e um poema da estudante Maria Isabelle

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Fotos da entrada do Casarão

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No palco, se apresentaram os estudantes Thais Guedes e Sauber Rodrigues, a servidora do Campus Diamantina e ex-servidora do Campus Araçuaí, Narjara Fonseca, acompanhada do músico Zequinha Coelho, os músicos locais Grace, Denner e Diego e a banda Cajuína. O batuque de Itira, distrito que deu origem a Araçuaí, começou a se apresentar no local do evento e, como de costume nos encontros rurais de ontem e de hoje, arrastou os convidados para dançar e cantar cantigas e brincadeiras de roda na frente da casa sob o som de acordeões, tambores e violas. No interior da casa, exposição de desenhos do professor Ernani Calazans

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Soelnidade começou sob a sombra do frondoso tamboril, perto da casa

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Estudantes do Campus com Dona Terezinha e os professores Ernani e Tatiana dentro do casarão

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