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Publicado: Quinta, 28 de Maio de 2015, 14h02 | Última atualização em Quinta, 28 de Maio de 2015, 14h58

Foto moeda social 1Professor Felipe e Viviane: moeda social e inclusão

Uma nova forma de relação entre os agentes econômicos, alicerçado no conceito de cooperação e autogestão dos empreendimentos para promover o desenvolvimento econômico e social das populações. Essa é a proposta da economia solidária, que está em alta no Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica 2015, que acontece no Recife.

Dois dos 40 estandes integrantes da Mostra de Economia Solidária são do IFNMG. Foram inscritos pelo Instituto como atividades autogestionadas e, agora, apresentam para os milhares de participantes do evento o trabalho desenvolvido em dois projetos do Câmpus Januária: uma pesquisa sobre moeda social e a Incubadora Tecnológica de Empreendimentos da Economia Solidária (Incubatecs). Os estandes permanecerão em funcionamento até o final do evento, amanhã, dia 29.

“Análise dos projetos em funcionamento de moeda social como indutora da inclusão social e desenvolvimento local, num contexto de economia solidária” é o título da mostra coordenada pelo professor Felipe Lisboa Guedes, que traz os resultados de um projeto de pesquisa, com interface na extensão.

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Veredas: a moeda social de Chapada Gaúcha

No estande, é apresentado um dos exemplos de moeda social que estudam, a Veredas, largamente utilizada no município de Chapada Gaúcha, no Norte de Minas. Lá, a moeda paralela ao real é aceita no comércio, inclusive com descontos para quem a utiliza, e também há pessoas que recebem seu salário em Veredas, como explica a aluna do bacharelado em Administração Viviane Silva de Souza, bolsista do projeto de pesquisa.

Segundo o professor Felipe, as moedas sociais geralmente são criadas em comunidades isoladas ou muito pobres, com o principal objetivo de segurar a renda das pessoas na própria comunidade, evitando que elas saiam para gastar fora dali. “Gera-se um círculo virtuoso para economia local”, avalia o pesquisador.

Ele conta que, em algumas experiências bem-sucedidas de implantação da moeda social, a comunidade tem acesso a microcrédito a juros zero. Um fator que indica claramente que a moeda social cumpre também com o objetivo de favorecer a inclusão.

Com a pesquisa, que pretende mapear as moedas sociais existentes no Brasil e identificar as experiências mais exitosas para propor um protocolo de implantação, já se havia identificado um total de 104 moedas. No entanto, com a participação no FMEPT e os contatos que estão fazendo, os pesquisadores descobriram que há outras.

“As pessoas que têm vindo conhecer nosso projeto querem saber sobre a capacidade da moeda social de realmente promover a inclusão”, conta o professor Felipe. E acrescenta que qualquer comunidade pode implantar a sua própria moeda, obviamente seguindo procedimentos necessários. “É um projeto barato”, certifica.

No Câmpus Januária, a pesquisa com a moeda social tem a participação da professora Celimar Damasceno.

Incubatecs

Nem bem os responsáveis terminaram de montar o estande da Incubatecs, na manhã de quarta-feira, dia 27, os visitantes já se aglomeravam no local, pedindo informações sobre o trabalho ou interessados nos produtos expostos. São peças de cerâmica, mel, doces, biscoitos, cachaça, farinha, entre outros produtos, uma amostra do que é produzido por cada um dos nove empreendimentos de economia solidária assessorados.

Foto Incubatecs 1

Reitor visita estande da Incubatecs na Mostra de Economia Solidária

O professor responsável pelo projeto, André Aristóteles da Rocha Muniz, deixa bem claro que não são empresas, mas empreendimentos mantidos por associações e cooperativas, de três municípios norte-mineiros: Januária, Cônego Marinho e Pedras de Maria da Cruz. Entre eles, estão um grupo que faz coleta de material para reciclagem, agricultores assentados, extrativistas de frutos do cerrado, artesãos, apicultores, produtores de cachaça.

A mostra “Compartilhando Saberes e Experiências: Incubatecs” leva ao público do FMEPT uma amostra do trabalho iniciado em 2012, quando surgiu a Incubatecs, um projeto que contempla ensino, pesquisa e extensão. Segundo André Aristóteles, trata-se de uma das primeiras incubadoras ligadas a instituto federal no Brasil e recebe financiamento do Ministério do Trabalho e Emprego/Secretaria Nacional de Economia Solidária, além do próprio IFNMG.

Foto Incubatecs 2

Produtos dos empreendimentos incubados estão à venda no FMEPT

Assessoria

O professor André conta que a metodologia de incubação é um processo consolidado e sistematizado ao longo da história das Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCPs), iniciado na Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Basicamente, consiste em quatro etapas: diagnóstico, construção coletiva das alternativas, capacitação e assessoramento”, explica. Trabalho de construção coletiva que tem, ao final, o objetivo de preparar cada grupo para “caminhar com as próprias pernas”.

Pelas características singulares da região, da economia local e dos empreendimentos assessorados, o trabalho exige conhecimento multidisciplinar, por isso estão envolvidos professores, técnicos e alunos (estagiários) de diferentes áreas de formação, do IFNMG e de outras instituições.

É o caso de Camila Vieira Rocha, aluna do curso de Ciências Biológicas do IFNMG-Câmpus Januária, representante dos estagiários da Incubatecs que veio ao FMEPT para auxiliar na Mostra. No projeto, ela atua em várias frentes: no fortalecimento dos grupos de associados, com ações de educação ambiental e na articulação dos grupos com o poder público. Estagiária desde 2013, Camila conta que trabalhar com economia solidária é algo muito prazeroso e gratificante: “Desconstruímos um pouco do individualismo que temos enraizados dentro da gente”.

Criado em 28/05/15

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