IFNMG

Um forte apreço à convivência democrática. Foi com essa frase curta e, ao mesmo tempo, muito eloquente que o professor Jesué Graciliano da Silva, do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), resumiu as habilidades que considera mais importantes para a liderança. Jesué proferiu ontem, dia 4, a palestra de abertura do 2º Encotro Anual de Dirigentes do IFNMG, no auditório do Câmpus Montes Claros (foto). Esta edição do evento, que continua hoje, tem como tema a “Liderança no IFNMG: experiências, oportunidades e desafios".

Para uma plateia de cerca de 50 gestores - reitor, pró-reitores, diretores-gerais, diretores de diretorias e departamentos e coordenadores de Pesquisa e Extensão -, o professor Jesué falou o que, segundo ele, foi aprendido em sua prática cerca de 13 anos em gestão pública. No IFSC, ele já foi diretor de câmpus, diretor de Gestão do Conhecimento, pró-reitor de Desenvolvimento Institucional e reitor pro tempore. Atuou também com reitor pro tempore no Instituto Federal Farroupilha e no Instituto Federal do Paraná.

Na palestra de ontem, ele falou sobre  liderança no processo decisório participativo. Antes de entrar na liderança, propriamente dita, fez os presentes relembrarem que a gestão democrática no ensino público não é uma mera concessão feita por gestores bem intencionados, um favor feito à comunidade escolar, mas um princípio constitucional. Princípio que, no IFNMG, está institucionalizado em órgãos como o Conselho Superior, que tem representação de todos os segmentos internos e também de egressos e da sociedade civil.

Além de ser um direito, essa participação da comunidade escolar gera, segundo a experiência de Jesué, um comprometimento muito maior na execução das ações planejadas. “Ideias de gabinete não geram comprometimento”, alertou os gestores.

Então como os gestores, as lideranças, devem agir para ampliar essa participação, tão saudável, nos processos decisórios? Segundo o professor Jesué, tudo começa pela transparência, “pois quando as pessoas sabem o que está acontecendo, tendem a participar mais”. Daí a importância de estabelecer uma comunicação eficiente, facilitada, atualmente, pelas tecnologias disponíveis, que favorecem a interação e a discussão coletiva.

De acordo com Jesué, é necessário também haver organização para favorecer o envolvimento das pessoas. Ou alguém não se recorda de como aquelas reuniões improdutivas, que servem apenas para tomar o tempo dos participanes, são desmotivadoras? Por fim, segundo ele, é preciso haver efetividade nos encaminhamentos: “Quando se cumpre o que foi combinado no coletivo, fica um grande sentimento de respeito”.

Integração

A partir da oportunidade criada pelo Encontro de Dirigentes de promover a integração e troca de experiências, o reitor José Ricardo Martins da Silva, fez um desafio em sua fala, na abertura do evento: “Entreguem-se, somem ideias para traçar rumos inovadores para nossa Instituição”.

Na sequência, o diretor de Gestão de Pessoas, Rafael Farias Gonçalves, também recorreu à palavra desafio ao falar na abertura do evento. Ele citou a numerosa entrada de servidores, tanto docentes quanto técnico-administrativos em Educação, por que o IFNMG passa, especialmente neste segundo semestre de 2014, com aquecimento das equipes de trabalho e fôlego novo. “Essa oportunidade, que vinha sendo tão aguardada, se transforma, agora, em um desafio para as lideranças”, disse, fazendo um trocadilho com o tema do evento.

Programação

Depois da palestra de abertura, a programação do 2º Encotro Anual de Dirigentes do IFNMG seguiu na tarde de ontem e na manhã de hoje, dia 5, quando estava prevista palestra com o coach Antônio Carlos Soares  ­ “Liderança de alta performance – com técnicas de coaching e programação neurolinguística”.

 
“Estou interessado na oportunidade de trocar de experiências, principalmente por ter  assumido o cargo recentemente. Estou mais interessado em escutar. (…) Acredito que a liderança tenha que ser exercida de forma participativa e não querendo impor opiniões e vontades.”

Leonardo Lara e Lanna, diretor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do Câmpus Salinas (antes do início do evento)

“Um dos maiores desafios da gestão é gerir pessoas. (…) O mais importante para se ter desenvoltura na liderança é a habilidade de delegar tarefas e capacidade de manter uma boa relação interpessoal.”

Willegaignon Gonçalves de Rezende, diretor do Departamento de Administração e Planejamento do Câmpus Arinos (antes do início do evento)

“Quando era jovem, eu achava que liderança era algo nato, mas hoje sei que a liderança é construída, é trabalhada continuamente. Tenho plena convicção de que um líder se faz no seu caminhar.”

Nelson Licínio Campos de Oliveira, diretor-geral do Câmpus Montes Claros (na solenidade de abertura do evento)