IFNMG

Foi com essa proposta que teve início, nesta semana, o projeto Reitoria Itinerante, que passou pelos Campi Almenara e Araçuaí. A programação aconteceu nos dias 19, em Almenara, e 20 e 21 em Araçuaí. Em momentos distintos, foram realizadas reuniões de todo o corpo diretivo da Reitoria com os gestores locais, os demais servidores e representantes dos alunos. Houve, ainda, reuniões setoriais, além da participação na aula inaugural do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, o primeiro em nível superior do Campus Almenara, e na inauguração no Centro do Educando, no Campus Araçuaí.

Foi a oportunidade que a comunidade escolar das duas unidades teve para questionar os gestores diretamente, sem intermediários, sobre os mais diversos temas, expor opiniões, inquietações, fazer reclamações e elogios. Para ouvir e responder, estiveram presentes os seguintes gestores: o reitor, José Ricardo Martins da Silva; o pró-reitor de Desenvolvimento Institucional, Alisson Magalhães Castro; a pró-reitora de Ensino, Ana Alves Neta; o pró-reitor de Extensão, Paulo César Pinheiro de Azevedo; o pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Rogério Mendes Murta; o pró-reitor substituto de Administração, Adalcino França Júnior; o diretor de Educação a Distância, Antônio Carlos Soares Martins; e a diretora do Departamento de Planejamento, Danuta Mendes Costa.

Na opinião da diretora-geral do Campus Almenara, Adriana Regina Corrent, a palavra que resume a Reitoria Itinerante é aproximar. “É importante para que as pessoas se conheçam, essa interação vai facilitar os trabalhos”, comentou. Ela acredita que é importante, também, a oportunidade de a Reitoria fazer uma leitura, de forma presencial, do campus, para ver o que vai bem e o que precisa ser melhorado. Um contato que, segundo ela, nem sempre pode ser substituído por e-mails e telefonemas.

No Campus Araçuaí, cerca de 40 servidores reuniram-se com os gestores

A psicóloga do Campus Almenara, Fabrícia Maria Diamantino Corrêa, concorda com a importância do projeto, principalmente em função da distância geográfica entre Montes Claros, onde está a sede da administração do Instituto, e Almenara. “Nós nos sentimos acolhidos e valorizados. É também a oportunidade mostrar nosso trabalho”, diz.

Na opinião do professor Paulo de Souza e Silva, também de Almenara, existe no Instituto uma cultura de centro e de extremos, que são os campi. Ele espera que a itinerância ora proposta possa se confirmar, na prática, e sirva para acabar com essa cultura. “A Reitoria, para mim, é algo muito distante, assim com os outros campi do IFNMG”, disse, ao chegar para o encontro com os gestores.

Panorama geral

Ainda com a proposta de encurtar essa distância, que pode se traduzir pelo desconhecimento da realidade do IFNMG como instituição única, mas que age em uma área territorial tão extensa - nas regiões Norte e Noroeste de Minas, e nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – e tão cheia de peculiaridades, foi que os gestores tentaram traçar um panorama geral do que vem acontecendo.

“Sou otimista e entusiasta dessa expansão dos institutos, gosto de tomar conhecimento do que a gestão administrativa vem planejando para todo o IFNMG”, declarou o professor Ricardo Jardim Neiva, do Campus Araçuaí, ao falar de suas expectativas em relação à reunião.

Para cerca de 60 servidores que se reuniram no ginásio do Campus Almenara e aproximadamente 40, no auditório do Campus Araçuaí, o professor José Ricardo pontuou alguns avanços obtidos em aproximadamente um ano de gestão – sua posse como reitor aconteceu em 11 de setembro do ano passado. Citou o exemplo dos cursos a distância ofertados pelo Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil (e-Tec Brasil), que, de cerca de dois mil alunos, passaram a cerca de 22 mil, principalmente graças a parcerias firmadas com diversas prefeituras. Mencionou, também, o avanço quantitativo dos cursos ofertados por meio do Bolsa Formação do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico): de cerca de 2,5 mil para uma pactuação de quase 20 mil alunos.

Cerca de 60 servidores participaram da reunião no ginásio do Campus Almenara

O andamento da expansão do IFNMG, com os futuros campi de Diamantina e Teófilo Otoni e a Unidade de Ensino Profissional de Janaúba, também foi atualizado para os servidores.

“Tudo isso traz benesses, mas também desconfortos. Por isso eu digo que são avanços que precisam ser muito discutidos”, disse o reitor. Essa ampliação do diálogo, segundo o professor José Ricardo, faz parte de um momento de consolidação do Instituto, que necessita de uma “gestão mais pensante”, que busca sair do meramente operacional, tão necessário nesse primeiro momento de implantação do IFNMG.

Foi com essa proposta, de focar mais no planejamento, que os gestores da Reitoria tentaram sensibilizar os servidores para a importância de participar das discussões que se iniciam em todos os campi para produção de três documentos que vão nortear todo o trabalho para os próximos anos e definir os rumos da Instituição: o Projeto Político-Pedagógico (PPP) dos campi, o Projeto Pegagógico da Instituição (PPI) e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2014-2018.

Além de questões mais abrangentes, também foram tratados nas reuniões com servidores assuntos mais pontuais, referentes a todas as áreas de gestão, do ensino, da pesquisa e da extensão. Um dos temas mais recorrentes, que vem gerando bastante inquietação entre os servidores, foi o andamento do processo de remoção, cujo resultado deve ser publicado em breve, e subsequente realização de concurso público para contratação de docentes e servidores técnico-administrativos. No Campus Araçuaí, esse era o principal interesse da assistente em Administração Arlete Vieira da Costa e do técnico em Tecnologia da Informação, Cledson Nogueira Costa, ambos concorrendo à remoção.

Alunos do Campus Araçuaí também participam da Reitoria Itinerante

Maturidade

Mesmo com um perfil um pouco diferente em função dos cursos representados – no Campus Almenara, apenas cursos técnicos, e no Campus Araçuaí, cursos técnicos e superiores – os grupos de alunos que se reuniram com os gestores da Reitoria apresentaram uma característica em comum: a maturidade.

Os alunos souberam levar as reivindicações dos colegas representados – e não foram poucas, mas, ao mesmo tempo, demonstraram compreensão frente às justificativas e explicações dos gestores. “Fiquei surpreso em ver a maturidade de vocês para entender esse momento de imaturidade do nosso Campus, pois só temos três anos”, disse o diretor-geral do Campus Araçuaí, João Antônio Motta Neto.

Com a experiência de quem já trabalhou no Exército Brasileiro, inclusive na área administrativa, Paulo Roberto Silva Lopes, aluno do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do Campus Araçuaí, parabenizou o esforço da equipe para realizar a Reitoria Itinerante. Ciente das dificuldades da gestão de uma instituição pública, Paulo contou que sempre procura conversar sobre isso com os colegas menos experientes, para que eles tenham consciência dos desafios que os gestores enfrentam cotidianamente.

No Campus Almenara, a aluna Anna Flávia Aguilar Santos de Oliveira, do curso técnico integrado em Informática, reconhece que esse papel de levar as reivindicações dos colegas aos gestores e poder participar do processo foi, e continua sendo, parte importante de sua formação dentro do Instituto. “A gente tem que reclamar mesmo, para as coisas acontecerem. Temos estado mais politizados, envolvidos no processo, pois nós fazemos parte dessa história.”

(Acompanhe as próximas matérias que serão publicadas, em breve, neste portal eletrônico, com mais detalhes sobre as visitas da Reitoria Itinerante aos Campi Almenara e Araçuaí.)